Cerca de 177 novos advogados se formam todos os dias no Brasil e as pesquisas mais recentes já indicam que, em 2023, haverá em torno de 2 milhões de advogados no mercado de trabalho. A competição será acirrada e os desafios e riscos muito maiores. Vale lembrar que na última década, 40% dos 11 mil escritórios de advocacia de São Paulo fecharam as portas.”Os profissionais vão precisar investir em marketing jurídico e em tecnologia para se projetarem em um mercado no qual a especialização e a supersegmentação serão ainda mais valorizadas”, antecipa a especialista em marketing jurídico, Mariellen Romero, sócia da agência de marketing digital Tá Ligado.
De acordo com a especialista, é a internet que aponta o futuro da captação de clientes. Investimentos acertados em tecnologia e em ferramentas para o marketing digital vão garantir o fortalecimento da marca e possibilitar aos escritórios se manterem competitivos. As redes sociais vão ficar ainda mais fortes e serão, em boa parte, a porta de entrada de novas oportunidades de negócios para os escritórios de advocacia. Através destes canais será possível encontrar pessoas interessadas na prestação de serviços de uma determinada especialidade jurídica. “As redes sociais para ações de marketing dos escritórios estão entre as principais tendências para os próximos anos, em especial a partir de aguardada flexibilização para as regras de publicidade na internet, em avaliação na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”, comenta.
Para ampliar ainda mais seus contatos, os advogados terão que preparar vídeos, além de participar de transmissões ao vivo, as conhecidas lives e de streamings. Estas interações permitirão ampliar o engajamento do escritório.
Finalmente até os chatbots, os famosos “atendentes virtuais”, vão invadir os escritórios de advocacia. “Além de permitir que os usuários obtenham interações rápidas e personalizadas, os chatbots vão possibilitar ao escritório captar informações sobre estas pessoas para uma posterior análise e qualificação”, comenta Mariellen Romero, para quem a automação dos escritórios será fundamental para a geração de dados, assim como o data analytics para o processamento das informações coletadas.
Contudo, de nada adianta investir em tecnologia, em sites e canais de mídias sociais se não houver conteúdos relevantes e de qualidade, direcionados ao perfil das pessoas que acessam os canais do escritório, lembra a especialista. "Quem está em busca de um advogado possivelmente vai contratar o profissional que publicar artigos de qualidade, explicações para dúvidas, além de análises de casos de êxito relevantes", avalia Mariellen. Ela acrescenta que o mais importante, no entanto, é todas as iniciativas de marketing estejam traçadas em uma estratégia alinhada aos objetivos de negócio do escritório.
"Mais importante do que publicar artigos, postar frequentemente nas redes sociais ou realizar eventos, por exemplo, é ter clareza sobre o que se espera de cada uma dessas ou outras ações. Definir resultados esperados e indicadores de sucesso é determinante para medir o retorno sobre o investimento feito no marketing jurídico", orienta a especialista.
Ceci Anett
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